4 dicas para não falhar em negociações

Por Helena Botelho de Souza

Jornalista Freelancer na Caderno Nacional

Publicado em 24/11/2021. Atualizado em 24/11/2021

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Neste artigo, confira pontos de atenção para não falhar em negociações ressaltados por Robert B. Cialdini, conhecido como ?o pai da persuasão?.

Reuniões, apresentações, acordos… são diversas as situações profissionais que nos colocam na posição de negociar alguma questão. Independentemente da área de atuação e até mesmo da experiência de um profissional, a negociação faz parte do dia a dia de trabalho — e saber como fazê-la é fundamental para conseguir bons resultados e cultivar a relação com as outras partes. Para saber como não falhar em negociações, no entanto, é importante se atentar a um conceito em especial: a persuasão.

 

O termo, que deriva da palavra “persuadere”, do latim, significa “convencer”. Desta forma, a persuasão se torna uma estratégia de comunicação baseada no uso de recursos simbólicos e emocionais para convencer alguém a algo: aceitar uma ideia, comprar um produto, realizar uma ação, voltar atrás de uma atitude, entre diversos outros exemplos.

 

Conhecido como “pai da persuasão”, o americano Robert Beno Cialdini, professor emérito de Psicologia e Marketing na Universidade do Estado do Arizona, lançou seu livro “As Armas da Persuasão” em 1984. Em 2021, o estudioso lança “As Armas da Persuasão 2.0”, uma edição atualizada e expandida da obra que inclui a influência da internet na temática. O profissional falou sobre o lançamento em entrevista à Revista Exame.

 

Abaixo, conheça algumas das abordagens trabalhadas pelo estudioso e saiba como aplicar a persuasão em suas negociações profissionais.

 

Identificação

O primeiro ponto de atenção mencionado por Cialdini é a identificação, fundamental para que seja possível persuadir alguém durante uma negociação. Isso ocorre porque, entre os princípios que nos levam a mudar de ideia, está a unidade, que traz o sentimento de fazer parte de algo.

Quando você se coloca de forma que o interlocutor possa se identificar com você, criando algum ponto de unidade, é mais fácil de fazer uma comunicação persuasiva. Ao se sentir parte de algo maior, o interlocutor pode ser mais facilmente convencido, devido a um senso de pertencimento.

 

Objetivo comum

Da mesma forma que a identificação funciona nas negociações, a ideia de um objetivo comum também é uma ótima aposta para persuadir alguém. Ainda que não haja identificação entre as partes, o objetivo comum traz o sentimento de compartilhar um ideal, o que facilita a realização dessa meta. Essa ideia é, inclusive, muito utilizada em histórias fictícias: personagens diferentes entre si que se unem por um desejo compartilhado.

 

Cocriação

É possível notar que o senso de coletivo é fundamental para a persuasão, sempre criando algum ponto que una a pessoa que comunica e a pessoa que recebe a comunicação. Assim, outro ponto de atenção é a ideia de cocriação.

 

Em vez de apostar em criações (de serviços, produtos, planos de negócio, entre outros) individuais ou com “ajuda” externa, ressaltar a importância da cocriação é um caminho mais certeiro para acertar em uma negociação. Isso, porque, nas cocriações, ambas as partes têm igual importância no processo. Assim, destacar a importância do interlocutor ajuda a persuadi-lo.

 

Dados evolutivos

Por fim, esse ponto de destaque valoriza um outro ponto, mas que também está ligado ao senso de coletividade e compartilhamento: a evolução. Se você deseja convencer alguém de algo, mostrar a evolução dos dados é muito mais eficaz do que apostar na estatística de forma isolada. Isso significa que mostrar dados que vão de 5% para 15% e depois chegam a 25% é mais convincente do que somente indicar o número de 25%.

 

Isso ocorre justamente pelo sentimento de que mais elementos daquele dado (pessoas, grupos, famílias etc) foram aderindo à ideia com o passar do tempo. Se antes o índice era de 5% e agora ele é de 25%, isso significa que houve um crescimento da aderência. Essa ideia de crescimento ajuda na persuasão, indicando que aquela ideia é aprovada socialmente e, portanto, também pode ser aprovada pelo interlocutor.

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